Pesquisa divulgada pelo Instituto Ethos e Ibope Inteligência mostra o imenso abismo entre a representação demográfica e o quadro de chefia nas 500 maiores empresas do país.
A participação das mulheres e dos negros segue muito menor do que a mínima esperada. Pouca coisa mudou em relação ao último levantamento, de 2007.
- Nos postos de diretoria a participação feminina é de 13,7% (11,5%, em 2007)
- No nível de gerência, se 17,4% dos postos eram ocupados por negros (pretos e pardos) há três anos, hoje são 25,6% entre a amostra total, de 13 mil pessoas.
- No caso de mulheres negras, elas acumulam os preconceitos. Apenas 6 mulheres negras ocupam cargos de direção nas 500 maiores empresas do país!
O tipo de levantamento e sua ainda pequena série histórica não permitem extrapolar com precisão científica. Mas, como exercício, se a situaçao continuasse a evoluir neste ritmo (projeção mais otimista do que imaginar que o Guarani escapará da série B :-), demoraria cerca de 28 anos para que que as mulheres brasileiras tenham um quadro semelhante ao nórdico (países c/menor brecha de gênero do mundo). Quanto aos negros, no atual ritmo, somente em 2061, eles teriam uma representação próxima à demografíca.
Pelo jeito, nas 500 maiores empresas brasileiras, a diversidade continua a viver somente nos bonitos códigos de ética, os elaborados discursos sobre a diversidade e os coloridos relatórios de responsabilidade social.
O texto todo em:
“PERFIL SOCIAL, RACIAL E DE GÊNERO DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO BRASIL E SUAS AÇÕES AFIRMATIVAS”
http://www.ibope.com.br/produzindoconhecimento/download/perfil_500_empresas_helio_gastaldi.pdf