Não é que há sociólogo que ainda crê em causa-e-efeito. Nem corintiano tem tanta fé :>
É curioso como, depois de 150 anos de teoria sociológica, ainda não se admita na causalidade múltipla e complexa. A história e os dados têm mostrado que não há fatores explicativos mágicos, explicações pivotais e centroavantes que não cavem pênaltis. Transformamos pistas em conclusões.
Parece que Weber segue como desculpa para a preguiça analítica :-)
The Mormon way of business
(The Economist)
The Mormons have produced a striking number of successful businesspeople
JOKES about sacred underpants have reached epidemic proportions, thanks to Mitt Romney’s presidential bid and the musical masterpiece by Matt Stone and Trey Parker, “The Book of Mormon”. But the Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints, to give it its full name, is fighting back. A huge advertising campaign features ordinary people doing ordinary things—a white man sporting a beard, a black man sporting a moustache and a young skateboarder flying through the air—with the tag line: “I’m a Mormon.”
The snag is, not everyone will buy the idea that Mormons are just like the rest of us. They don’t get drunk. They have large families, stable marriages and a three-month supply of food in the larder in case of Armageddon. They are usually clean-cut and neatly dressed (the facial hair in the “I’m a Mormon” ads is thankfully atypical). And they have a passion for business.
Less than 2% of Americans are Mormons, yet their commercial prominence belies their numbers. Mitt Romney founded Bain Capital, a private-equity powerhouse. Jon Huntsman senior (the father of Mr Romney’s rival for the Republican crown) founded Huntsman Corporation, an $11 billion chemicals giant. David Neeleman has founded two cut-price airlines: JetBlue in America and Azul in Brazil. Ralph Atkin started a third: SkyWest Airlines. Eric Varvel is the boss of Credit Suisse’s investment bank, Harris Simmons heads Zions Bancorporation, a more local bank, and Allan O’Bryant runs the Japanese arm of Reinsurance Group of America. J.W. Marriott runs the hotel chain his father created. Had Max Weber lived a century later, he might have made sweeping generalisations about the “Mormon work ethic”.
Mormons have constructed a huge pro-business infrastructure. The Marriott School at Brigham Young University provides among the best value for money of any business school in America, charging Mormons just $10,000 a year, a fifth of the fees at the leading schools. Mormons are such a force at Harvard Business School that people joke about being dominated by the three “Ms” (the other two are McKinsey and the military). Clayton Christensen of Harvard is one of the world’s leading management thinkers. Stephen Covey, the author of “The 7 Habits of Highly Effective People”, is one of its leading self-help gurus.
Small wonder young Mormons keep pouring into business. Provo, the home of Brigham Young University, is a high-tech hub, the home of Novell and hundreds of other computer and graphic-design companies. Big investment banks have added the Marriott School to Harvard and Wharton as one of their favourite hunting grounds. Goldman Sachs has opened one of its largest offices outside New York in Salt Lake City. Jeremy Andrus, a young chief executive, has recently taken Skullcandy, a headphone company, public for $125m. Household income in Utah, where Mormons predominate, is above the American average.
What explains the Mormons’ success? Clean living probably helps: alcohol clouds judgment and lubricates bad deals. A history of persecution may breed self-reliance: 19th-century Mormons trekked westwards across plains and mountains to escape the kind of bigots who murdered their founder, Joseph Smith, in 1844. Modern Mormons have something in common with other industrious minorities, such as Parsees, who are prominent in corporate India, the overseas Chinese and Jews. But some of the answer may lie in the faith itself. Mormonism—the only global religion to have been invented in the past 200 years—is in some ways more business-friendly than its more ancient rivals.
Mormons revere organisation. They believe that God created the world out of chaos, rather than out of nothing. They also believe that men and women are capable of “eternal progression” towards “Godhood”, so long as they conduct themselves like busy little bees. The church is probably the best-organised in the world and certainly the most cost-effective. The president and his 12 advisers sit at the top like the board of a multinational. Below them, the church depends on a throng of lay volunteers. Church members begin to perform in public at the age of three. They become “deacons” at 12 and are given more demanding jobs as they grow older. The faithful are expected to give 10% of their pre-tax income to the church. No one knows how much money it has, but unofficial estimates are in the billions.
The fiercest crucible for young Mormons is the mission. Mormon men serve as missionaries for two years when they turn 19; women for 18 months when they turn 21. They have no choice over where they go and often have to learn a foreign language. They are cut off from their families (they are allowed only two phone calls home a year) and assigned a “companion” to keep them on the straight and narrow. They are expected to proselytise for ten hours a day, six days a week. Few other groups experience anything as demanding at a similar age. One exception is young Israelis, who spend gruelling years in the military, and who also have an outstanding record as entrepreneurs.
Missionary work provides young Mormons with a fluency in foreign languages that is rare in America. Mr Neeleman, for example, was born in Brazil and returned there as a youngster to do missionary work. His feel for the local culture, and fluent Portuguese, make it easier for him to adapt what he learned about running airlines in America to the Brazilian market.
Missionary work also teaches young Mormons to persevere despite harsh odds. They must sell a product for which there is almost no demand: an idiosyncratic version of Christianity that teaches that Christ made a post-resurrection visit to the United States, that the Garden of Eden may have been in Missouri and that drinking alcohol is a sin. After that, selling airline seats or life insurance must be a doddle.
TEXTOS DE APOIO EM SOCIOMETRIA E ECONOMETRIA APLICADAS AO DESENVOLVIMENTO (FEAIEA 097-310)

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segunda-feira, 14 de maio de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
O MUNDO QUER SABER SE VOCÊ ESTÁ FELIZ
A busca pelo graal de um índice que reflita o estado de bem-estar integral já conta com mais 40 anos de história. Inicialmente desprezada como poesia pelos economistas, o tema ganhou terreno nesta última década e invadiu departamentos sisudos como os da Universidade de Chicago, Yale e Berlin. Mais recentemente, chegou até aos Bancos Privados (Ex: Banco Itaú, que criou e mede o Índice Itaú de Bem-estar Social) e Grandes Corporações (BP).
Um dos motivos que impulsionou o tema foi o divórcio (se é que um dia foram casados:->) entre a trinca de indicadores clássicos (riqueza, escolaridade e longevidade) de outros como: desigualdade, paz social, suicídios, poupança/esperança, etc. Nos manuais de Economia, tudo viria em um pacote só. Tipo combo do McDonald’s. Ficou rico, leva a batatinha, quer dizer, a paz de brinde. Mas, para surpresa dos economistas (PS: Justiça seja feita aos maridos traídos, na verdade são os Economistas os últimos a saberem das coisas:->) países estão ficando mais ricos educados e longevos e; ao mesmo tempo, a vida (ou a percepção dela) piora. Até o monitoramento do progresso das Metas do Milênio mostra que mesmo países que avançam significativamente nas Metas não experimentam necessária correlação deste avanço com indicadores de qualidade de vida, nem as medidas, nem as percebidas.
Daí, é um quase consenso hoje o tal “Paradoxo do Crescimento”, um nome científico complexo para o que minha avó dizia: “menino, o dinheiro não traz felicidade”.
Até um índice de Felicidade Interna Bruta foi criado e produziu aumento de programas de televisão sobre o bucólico Butão, campeão global do índice, mesmo que nem se deem conta da sua existência. Alias, talvez por isto sejam felizes, porque não se preocupam com indicadores.
A despeito da fragilidade metodológica destas tentativas, é certo de que o mundo precisa de medidas mais antropocêntricas para olhar no espelho. Desenvolvimento bom é o que muda positivamente a vida da maioria das pessoas. Porém que ninguém seja Poliana. A onda dos índices de felicidade tem uma agenda política e mesmo comercial por detrás. Uma das indústrias de crescimento mais surpreendente, durante o atual período de crise econômica e austeridade tem sido "indústria da felicidade". Felicidade passou a ser objeto de trabalho crescente de economistas e matemáticos (e não filósofos ou cantores de axé somente) que estudam o que constitui a felicidade e fazer recomendações aos governos sobre como melhor para aumentá-la.
Não podemos desprezar o fato de que tais índices ganham a agenda pública dos ex-ricos do Norte justamente quando a crise econômica mais os atinge. Em meio a um aumento substancial da miséria, em uma época de baixa reputação dos magos das finanças, quando parecem faltar respostas não-convencionais a problemas históricos (o fato de que a riqueza do Norte foi alavancada no pós-guerra com base em exploração de matérias-primas + mão de obra baratas em outros países, aliados a pesados endividamentos em moedas autoproclamadas fortes), surgem economistas vetustos criando um novo conjunto de indicadores para debate.
A indústria do índice de felicidade tem conseguido recentemente um auge com a publicação mega-divulgada do primeiro Relatório Mundial Felicidade. Encomendado por uma Conferência das Nações Unidas sobre Felicidade, sob os auspícios da Assembleia Geral da ONU, que traz o imprimatur da Universidade de Columbia (Earth Institute) e é editada pelo seu diretor, Jeffrey Sachs (economista pop star, ex-liberal, convertido ao credo do Desenvolvimento) e por dois especialistas em felicidade (seja lá o que isto signifique), Richard Layard (London School of Economics) e John Helliwell (Universidade de British Columbia). O relatório conclui que o mundo é mais feliz no norte da Europa (Dinamarca, Noruega, Finlândia, Países Baixos) e mais infeliz na África (Togo, Benin, República Centro Africano, e Serra Leoa). Além de contrariar os que acham que é necessário sol e praia para ser feliz, o relatório traz poucas novidades nos resultados. Mas, é a primeira tentativa econométrica robusta de constituir um índice destes (o Índice Bruto de Felicidade é legal, mas é mais poesia do que medição).
Se ainda não sabemos como medir ao certo a felicidade, um grupo já está feliz ganhando recursos públicos e privados para tentar medi-la. O governo dos EUA convidou peritos, incluindo Daniel Kahneman (psicólogo, Nobel de Economia) para elaborar medidas de "bem-estar subjetivo". Mantendo sua tradição, os EUA são o último grande país a embarcar nesta canoa. O governo francês começou a publicar sua própria felicidade indicador em 2009. O Gabinete Nacional de Estatística da Grã-Bretanha tem um programa para medir o bem-estar nacional, há 5 anos. A OCDE já elabora diretrizes para os seus membros produzirem um "banco de dados de bem-estar". O Brasil já incluiu, em algumas pesquisas do IBGE, a percepção de segurança e esperança.
Os pesquisadores dividem os sentimentos das pessoas em "felicidade afetiva" (humores diários) e "felicidade avaliativa" (avaliação global que uma pessoa faz de sua vida). Eles construíram indicadores que buscam a felicidade a partir de diferentes pontos de vista, usando perguntas como "Quão feliz você estava ontem?" (Reino Unido); "Todas as coisas considerado, quão satisfeito você está com sua vida como um todo hoje em dia? "(IRS Europeu) e" Tomando em consideração todas as coisas, você diria que é: muito feliz, muito feliz, não muito feliz ou nada feliz "(World Values Survey)?
Eu me pergunto quem responde a um questionário destes? Se eu fosse perguntado, logo responderia com uma contraproducente pergunta: Defina “satisfeito”. Logo, o entrevistador seria um exemplo claro de pessoa infeliz se a mim viesse entrevistar. Mesmo que os demais entrevistadores seja menos chato do que eu, as suas respostas diferem muito. Isto estimula ainda mais a nascente “ciência da felicidade”. Os autores do Relatório de Felicidade Mundial argumentam que a felicidade pode ser medida objetivamente, mesmo que difira sistematicamente através das sociedades e ao longo do tempo. Por fim, partem do pressuposto de que a felicidade tem causas previsíveis e que, mesmo não de maneira linear, está correlacionada com coisas específicas (tais como a riqueza, a distribuição de renda, saúde e instituições políticas). Logo, portanto, deve ser possível para o governo a criar as condições adequadas para a felicidade a florescer.
Por mais desejável e necessário que seja olhar o bem-estar, os críticos destes índices argumentam que além da dificuldade técnica, trazer a felicidade para a agenda pública é dar ao Governo é responsável por sua felicidade. E a agenda da felicidade também chegou (ou está a caminho) ao marco jurídico de vários países. O Direito a ser feliz já foi aprovado pelo Senado brasileiro e está presente em leis de países como Japão, México e Suécia.
Por isto, o que lhe faz feliz já não é mais tema de propaganda de supermercado nem chaveco para a balada. Você está feliz com isto?
terça-feira, 9 de agosto de 2011
UM PASTOR DO SÉC.XVIII, MINHA ESPOSA & A MATEMÁTICA DA MUDANÇA
Jonh Maynard Keynes (que para os economistas brasileiros representa mais ou menos o que o “Apóstolo Paulo” significa para a Igreja) ao ser questionado por um repórter se não estaria se contradizendo em relação ao que havia escrito anos antes, rebateu: “Quando os fatos mudam, eu mudo minha opinião, e o senhor o que faz?
O que provoca esta mudança? É possível provocar a mudança e controlar seu rumo? Como?
Eu, por exemplo, há duas décadas tento sem sucesso mudar as idéias de minha esposa. Por isto, se você é casado, pode não acreditar, mas as pessoas mudam de opinião:-)
Há cotidianos exemplos bem sucedidos nas quais o marketing (inclusive o religioso) muda idéias, faz as pessoas acreditarem que precisam de algo para serem felizes, crerem que o que era out agora é in e etc. Pagarem mais por uma marca que não entrega um produto diferente de seu concorrente mais barato. Trocarem suas ideias políticas por outras para não terem que bloquear todos os amigos nas redes sociais, etc.
Mas, mesmo as bem sucedidas e premiadas mentes do marketing reconhecem que a mudança é ciência imprecisa, de alto risco. Para cada Leão de Ouro de Cannes há centenas de fracassos.
Eu, por exemplo, há duas décadas tento sem sucesso mudar as idéias de minha esposa. Por isto, se você é casado, pode não acreditar, mas as pessoas mudam de opinião:-)
Há cotidianos exemplos bem sucedidos nas quais o marketing (inclusive o religioso) muda idéias, faz as pessoas acreditarem que precisam de algo para serem felizes, crerem que o que era out agora é in e etc. Pagarem mais por uma marca que não entrega um produto diferente de seu concorrente mais barato. Trocarem suas ideias políticas por outras para não terem que bloquear todos os amigos nas redes sociais, etc.
Mas, mesmo as bem sucedidas e premiadas mentes do marketing reconhecem que a mudança é ciência imprecisa, de alto risco. Para cada Leão de Ouro de Cannes há centenas de fracassos.
O estudo sobre a mudança é uma questão antiga. Filosofia e Sociologia (e Política) já tratam dela há séculos. No caso da Filosofia há milênios. Mais recentemente, a Administração passou a se dedicar a estudar o problema. Para turbinar contas bancárias de consultores e editoras, nas últimas décadas, criou-se até um nome para a área: Teoria da Mudança. E seu filhote: “Gerenciamento da Mudança” que, caso venha em inglês "Change Management" fica mais caro.
Um excelente estudo sobre os padrões de mudança está em “The Theory that would not die” (Uma teoria que não morreria), de Sharon Bertsch McGrayne, da Yale University Press.
McGrayne trata do Teorema de Bayes, cujo nome é uma homenagem a um matemático e pastor presbiteriano do século 18, isto é, um cara muito parecido com um pastor presbiteriano no séc. 21 :-) OBS: É uma ironia que um pastor presbiteriano baseie uma teoria da mudança já que nós presbiterianos somos conhecidos, junto com os torcedores do América-RJ e os PSTU, como um dos grupos mais imutáveis da História :-)
McGrayne trata do Teorema de Bayes, cujo nome é uma homenagem a um matemático e pastor presbiteriano do século 18, isto é, um cara muito parecido com um pastor presbiteriano no séc. 21 :-) OBS: É uma ironia que um pastor presbiteriano baseie uma teoria da mudança já que nós presbiterianos somos conhecidos, junto com os torcedores do América-RJ e os PSTU, como um dos grupos mais imutáveis da História :-)
Voltando a Bayes, McGrayne trata das seguintes perguntas essenciais:
Como devemos modificar nossas crenças à luz de informações que recebemos?
Devemos nos ater a conceitos, mesmo depois eles se tornaram insustentáveis? Ou abandoná-los muito rapidamente na primeira sombra de dúvida?
Ela responde a estas questões com a ajuda do Pastor Presbiteriano.
Na sua essência, o teorema de Bayes trabalha com uma inversão engenhosa de pensamento: Se você quiser avaliar a força de sua hipótese, dadas as evidências, você também deve avaliar a força das evidências dada a sua hipótese.
Bayes foi o primeiro cara a estruturar a ideia de que a mudança concreta é impulsionada pela realidade e não o contrário como querem fazer crer os gurus modernos da mudança, ao venderem os mitos dos líderes messiânicos que transformam tudo por sua vontade e gráficos de PowerPoint.
Na sua essência, o teorema de Bayes trabalha com uma inversão engenhosa de pensamento: Se você quiser avaliar a força de sua hipótese, dadas as evidências, você também deve avaliar a força das evidências dada a sua hipótese.
Bayes foi o primeiro cara a estruturar a ideia de que a mudança concreta é impulsionada pela realidade e não o contrário como querem fazer crer os gurus modernos da mudança, ao venderem os mitos dos líderes messiânicos que transformam tudo por sua vontade e gráficos de PowerPoint.
O teorema tem uma longa história e surpreendentemente complicada, narrada em detalhes no livro. Desde a formulação do matemático Richard Price, passando pelo ilustre matemático francês Laplace, que estendeu a aplicabilidade do teorema. O livro conta que Bayes, como as camisas listradas, entrou e saiu de moda em um campo científico após o outro. No século passado, tornou-se um ponto de discórdia entre grupos rivais de matemáticos, antes de desfrutar de um renascimento nos últimos anos.
O teorema em si é bem simples.
- Parta de uma hipótese provisória sobre o mundo (e qual hipótese não é provisória?), atribua a ela uma probabilidade inicial (“probabilidade anterior” ou simplesmente, “anterior”).
- Depois, colete evidências potencialmente relevantes e use o teorema para recalcular a probabilidade da hipótese à luz da nova evidência. Esta probabilidade revista é chamada a “probabilidade posterior” (ou simplesmente “posterior”).
- Ao fim o teorema de Bayes estabelece que: “a probabilidade posterior de uma hipótese é igual ao produto de (A) a probabilidade prévia da hipótese e (E) a probabilidade condicional de a evidência dada à hipótese, dividido por (N) a probabilidade de novas provas.”
P= A*E/N
A autora conta um exemplo concreto. Suponha que você tenham uma moeda de 0,50 e pode trocá-la por outra. Há três moedas disponíveis. Mas, duas delas verdadeiras e uma falsa. Você sabe que a falsificação sempre “dá cara”, cai com mesma face para cima.
Se você escolher aleatoriamente uma das três moedas, a probabilidade de que ela seja a falsa é de 1 em 3. Certo? Essa é a probabilidade anterior (A) da hipótese de que a moeda seja falsa. Agora, suponhamos que depois de pegar a moeda, você lança três vezes a moeda escolhida dá “cara” todas as vezes. Isto é, você fica fortemente desconfiado de que escolheu justamente a moeda falsa. Você quer saber agora a probabilidade posterior (P) de escolher uma falsificação? A resposta, usando teorema de Bayes (cálculo misericordiosamente omitido:-), é de 4 em 5. Você, portanto, reviu sua estimativa de probabilidade de pegar uma moeda falsificada de 1 em cada 3 para 4 em cada 5. Noutras palavras, o que era um risco pequeno (pegar a moeda falsa) passou a significar uma altíssima probabilidade. A experiência mudou sua idéia. Muito provavlemnte, você ficaria com sua moedinha de 0,50 :-)
Se você escolher aleatoriamente uma das três moedas, a probabilidade de que ela seja a falsa é de 1 em 3. Certo? Essa é a probabilidade anterior (A) da hipótese de que a moeda seja falsa. Agora, suponhamos que depois de pegar a moeda, você lança três vezes a moeda escolhida dá “cara” todas as vezes. Isto é, você fica fortemente desconfiado de que escolheu justamente a moeda falsa. Você quer saber agora a probabilidade posterior (P) de escolher uma falsificação? A resposta, usando teorema de Bayes (cálculo misericordiosamente omitido:-), é de 4 em 5. Você, portanto, reviu sua estimativa de probabilidade de pegar uma moeda falsificada de 1 em cada 3 para 4 em cada 5. Noutras palavras, o que era um risco pequeno (pegar a moeda falsa) passou a significar uma altíssima probabilidade. A experiência mudou sua idéia. Muito provavlemnte, você ficaria com sua moedinha de 0,50 :-)
Bayes é talvez o primeiro matemático moderno a trabalhar seriamente com o conceito do não-sabido, do incerto, do que nunca (talvez) seja esclarecido, nesta categoria estão a matérias escura do universo, o que minha esposa guarda na bolsa e o que acontece com as tampinhas de caneta Bic.
Dois séculos depois, embora os Economistas sigam ignorando o que ignoram :-) , o conceito de Incerteza é essencial na Física e Matemática.
Dois séculos depois, embora os Economistas sigam ignorando o que ignoram :-) , o conceito de Incerteza é essencial na Física e Matemática.
Em face da incerteza, o raciocínio de Bayes insere três perguntas:
1. O quanto estou confiante na verdade da minha crença inicial?
2. Partindo do pressuposto de que a minha crença original é verdade, o quanto estou confiante de que a nova evidência é precisa?
3. E, se eu não partir do pressuposto de que minha crença original é verdade (se isto for indiferente), o quanto estou confiante de que a nova evidência é precisa?
Esta 3ª pergunta é chave porque ver uma evidência de algo que você previamente acredita é mais fácil. Vide um torcedor que sempre tem evidências de que o time dele foi roubado pelo juiz. Um proto-Bayesiano, o também matemático David Hume, sublinhou a importância de considerar a probabilidade de provar, quando formulou seu famoso axioma: “não se deve confiar na suposta evidência de um milagre, ao menos que seja ainda mais miraculoso crer que o milagre seja falso”.
Esta 3ª pergunta é chave porque ver uma evidência de algo que você previamente acredita é mais fácil. Vide um torcedor que sempre tem evidências de que o time dele foi roubado pelo juiz. Um proto-Bayesiano, o também matemático David Hume, sublinhou a importância de considerar a probabilidade de provar, quando formulou seu famoso axioma: “não se deve confiar na suposta evidência de um milagre, ao menos que seja ainda mais miraculoso crer que o milagre seja falso”.
O raciocínio Bayesiano ajudou a aproximar pontos de das evidências. Ajudou teorias a se sincronizarem com o universo. Assim, a formulação da mudança em Bayes é a crença reformulada pela experiência.
Hoje é comum dizer que as pessoas resistem às mudanças porque não a entendem. Usando Bayes, podemos fazer outro diagnóstico. Ser refratário à mudança pode ser porque simplesmente as evidências não apoiam a mudança que se quer alavancar. Em resumo, quem garante que a hipótese do guru (ou do chefe) esteja certa?
Poderíamos resumir o que a Teoria de Bayes nos ensina hoje em uma frase: Duvide, Reexamine as evidência, mude de opinião.
Poderíamos resumir o que a Teoria de Bayes nos ensina hoje em uma frase: Duvide, Reexamine as evidência, mude de opinião.
Bai de uei, ao rever o Teorema de Bayes, descobri porque não consigo mudar a ideia da minha esposa. Ela sabe, pelas evidências adquiridas em duas décadas, que o marido dela não diz (nem escreve) coisa com coisa.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Quer Entender a Crise Financeira? Freud Explica.
A cada crise financeira, surge uma pergunta. Por que não fomos capazes de prever (e evitar) isto? É lógico que sempre aparece um para repetir a frase daquela motinho de um desenho de minha infância: “Mas, eu não te disse?” Mas, quem era pago para dizer, não disse.
Mesmo com falhas enormes nos modelos evidenciadas pela própria crise, os Economistas continuarão seres de profunda fé. Não superados nem pelos torcedores do Botafogo. Seguirão como se tivessem conhecimento do funcionamento da realidade, criando conjecturas com as quais constroem um futuro imaginário, minimizando a intrínseca incerteza na qual está ele imerso.
Foi assim desde as crises econômicas do final do séc XIX. Mas, desta vez há algo distinto na discussão: Elementos complexos, antes marginais ou até ignorados ganham destaque nas sisudas escolas de economia. E, até entre os homens de ternos escuros, os banqueiros, novas teorias ganham espaço. Economia Entrópica, Eco-Economia e a mais assanhada das novas teorias: a Pisco-Economia.
Sabe a máxima de que o mercado é coisa de louco? A Psico-Economia leva isto bem a sério. E criou o conceito de "finança emocional”. Estes estudiosos, a maioria formada por psicanalistas, defende que “a compra, a posse e a venda de ativos financeiros, em condições de intrínsecas instabilidade e ambiguidade, necessariamente levam os envolvidos nessas transações a desenvolverem, frente a elas, uma forte ambivalência emocional, bem como inúmeras fantasias inconscientes. A hipótese aqui é que são justamente as fantasias inconscientes dos gestores, as oscilações em seu estado mental e o funcionamento da psicologia de grupo o que pode explicar a formação das bolhas financeiras, um grave problema para o qual as teorias econômicas convencionais não oferecem explicações satisfatórias. Supõe que no processo de tomada de decisão financeira ocorre o mecanismo inconsciente de cisão, em função do qual ficam separados e expulsos da consciência os pensamentos que provocam emoções dolorosas, como a dúvida, a angústia e o medo. Isso faz com que fique impedida uma avaliação mais realística da situação, aumentando o risco de futuras instabilidades financeiras, com funestas e globalizadas conseqüências” (Sérgio Telles).
Os psicoeconomistas dizem ser fundamental reconhecer e aceitar esta incerteza que vem dos ativos financeiros serem abstratos e oscilantes o que contribuiriam para fobias, paranóias, psicoses de todos os tipos no estado mental dos gestores que lidam com eles.
Neste campo de trazer a bolsa para o divã, a estrela do momento David Tuckett, membro
do Instituto de Psicanálise de Londres e professor visitante de Psicanálise no University College London. Tuckett afirma que, “por mais sofisticadas que possam parecer, as teorias econômicas sobre os mercados financeiros são bastante fantasiosas quando vistas a partir de uma perspectiva interdisciplinar. Afinal, é humanamente impossível saber quanto valerão no futuro os ativos manipulados pelo mercado financeiro”. Ele, atualmente com as bênçãos e o dinheiro de George Soros, trabalha em um estudo que pretende mostrar que as tomadas de decisão no mercado financeiro são baseadas em estados emocionais dos gestores e em histórias fantasiosas criadas por eles mesmos.
Caso a hipótese de Tuckett se comprove, talvez os próximos comentaristas econômicos da TV ao invés de Keynes e Marx, vão citar Freud. E você, da próxima vez que for ao banco falar sobre investimentos e o gerente perguntar: “Agressivo ou Moderado?”, Você pode responder com outra pergunta: “Fale-me sobre sua mãe, ela era agressiva ou moderada?” :-)
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