quarta-feira, 1 de setembro de 2010

IDS:2010: O Brasil não Sustentável

Com a publicação dos “Indicadores de desenvolvimento sustentável” (IDS, 2010) o IBGE continua a série iniciada em 2002 e repetida em 2006 e 2008.Na edição de 2010, divulgada hoje, são apresentados 55 indicadores (em 4 dimensões),

ISD 2010: Resumo:

1) a situação já foi pior.
2) Houve melhoras.
3)Mas, a maioria foi somente de "redução de pioras"(sic) em quase todas as áreas.
4) a melhoria segue desigual (enquanto uns estados melhoram, outros não).
5) A situação está longe de ter uma evolução positiva em um ritmo que não gere mais graves danos à capacidade futura do país de sustentar vida.
6) A sociedade (e não somente o Estado) não leva a sério o problema a ponto de sacrificar seu estilo de vida

 Abaixo os destaques em cada dimensão:

Dimensão Ambiental:

  1. Focos de queimadas e incêndios florestais: Entre os estados, o Acre teve a maior redução nos focos. Os estados onde mais aumentaram os focos de calor no mesmo período foram Sergipe (121,3%, de 94 para 208), Paraíba (56,6%) e Alagoas (41%).

  2. Desflorestamento diminui, mas atinge 14,6% da Amazônia Legal (até 1991 era de 8,4%, chegou a 14,6% em 2009).

  3. Restam menos de 10% da Mata Atlântica

  4. Cerrado: segundo maior bioma brasileiro, o percentual de área desmatada neste bioma é maior que o verificado na Floresta Amazônica.

  5. Desmatamento e queimadas lideram emissões de gases-estufa: De 1990 a 1994, o total líquido da emissão de gases do efeito estufa no Brasil aumentou em 8,8%, enquanto que, de 2000 a 2005, o incremento foi de 7,3%.

  6. A produção de energia, que nos países mais desenvolvidos está em primeiro lugar na emissão de gases-estufa, ficou em terceiro lugar no Brasil, em 2005, contribuindo com 16% do total (362 milhões de toneladas de CO2 eq).

  7. O consumo aparente anual (produção + importação – exportação) de substâncias destruidoras da camada de ozônio no Brasil, que havia caído (1996-2006) voltou a subir em 2008

  8. Poluição do ar se mantém estável nas grandes cidades, mas concentração de ozônio cresce

  9. Área dos estabelecimentos agropecuários tem redução de 5,6%: As pastagens naturais tiveram redução de 26%, as pastagens plantadas aumentaram 2,7% e as lavouras aumentaram 20,9%.

  10. O Brasil se destaca no cenário mundial como o maior consumidor de agrotóxicos respondendo, na América Latina, por 86% dos produtos.


 Dimensão Social



  1. Com fecundidade abaixo do nível de reposição, crescimento populacional se reduz

  2. 43% dos domicílios brasileiros são inadequados.,ou seja, não tinham simultaneamente abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede coletora ou fossa séptica, coleta de lixo direta ou indireta e até dois moradores por dormitório.
  3. País tem 25,4 mortes por homicídio a cada cem mil habitantes. Entre 1992 e 2003 o coeficiente cresceu e, a partir de 2004, observa-se uma tendência leve de queda. Em 2007, AL (59,5 por cem mil), ES(53,3) e PE (53,0) lideravam na taxa de mortes por homicídios. RJ ocupava o 4º lugar, tendo conseguido reduzir de 50,8 em 2004 para 41,5 as mortes por homicídios a cada 100 mil habitantes. As menores taxas estavam em SC (10,4), Piauí (12,4) e SP, que passou de 28,5 em 2004 para 15,4 por 100 mil em 2007
  4. A redução da mortalidade infantil contribui para o aumento da esperança de vida ao nascer, que passou de 67,3 anos em 1992 para 73 anos em 2008. No Nordeste,  alcança apenas 67,2 anos em Alagoas. No Sul, chega a 75,5 anos em SC. O DF tem a maior expectativa de vida. 75,6 anos.
  5. Queda de 50% na mortalidade infantil (1990 e 2008), de 47 por mil nascidos vivos para 23,3 por mil. A taxa, porém, ainda não é considerada baixa pelos padrões da Organização Mundial da Saúde – OMS - (menos de 20 por mil).



  6. redução da concentração na distribuição de renda, Ainda assim, persistem desigualdades regionais em todos os indicadores deste tema.
Dimensão Econômica
  1. Consumo de energia per capita atinge 48,3 GJ/hab, mas eficiência do uso não aumenta.
  2. Quase metade da energia brasileira provém de fontes renováveis, mas a matriz energética brasileira ainda depende em grande parte de fontes não renováveis: 52,8% da energia produzida vêm de petróleo e derivados (37,8%), gás natural (37,8%), carvão mineral e derivados (4,8%) e urânio e derivados (1,4%).
  3. Mais de 90% das latas de alumínio no Brasil são recicladas. Para as embalagens tetrapak, os valores são mais baixos (cerca de 25%).


País ratificou mais de 30 acordos ambientais internacionais
 Acesso à telefonia móvel dobra de volume em quatro anos, e domicílios com internet Dimensão Institucional
  1. Ivestimento em Pesquisa e Desenvolvimento aumentou valores, mas não passa de 1% do PIB. E 54% foram feitos em investimentos públicos.
  2. Apenas 33,8% dos municípios tem conselhos de meio ambiente efetivamente em atividade (a maioria no SE e Sul).

ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursosnaturais/ids/ids2010.pdf