terça-feira, 19 de outubro de 2010

ROTA e o país onde ser pobre = criminoso


A ROTA (Ronda Ostensiva do Batalhão Tobias Aguiar) completou 40 anos. Orgulho da PM paulista.

Na festa foram lembrados os 168 soldados mortos desde 1970. Ninguém mencionou as 20804 pessoas mortas por ela.
Quase no mesmo período (1970-2009, com dados do Strategic Foresight Group), o Exército Israelense perdeu 902 soldados e matou 11.804 palestinos.  Ponto para ROTA.
A polícia nos EUA matou quase 3.000 pessoas no mesmo período. Ponto para a ROTA.
Tb nos EUA, 1304 pessoas foram executadas por pena de morte nestes 40 anos. Ponto para a Rota.

Dados de levantamentos feitos até o ano de 2006 (diversos+dados NEV-USP) mostra o perfil dos mortos pela ROTA: 
  • 7% tinha menos de 12 anos.
  • 21% Menos de 18 anos (incluem o dado anterior)
  • 18% deles "até segundo a própria ROTA admite" não estava engajada na troca de tiros (foram mortas por estar no “cenário da ação”)
  • 58% delas sem ficha criminal. 
  • 93% delas com renda inferior a 3 SM’s.
  • 67% era negro..
  • A abordagem autoritária da ROTA fez escola nas PMs do país todo: é marcada pelo direito absoluto do agente policial que investiga, julga e muitas vezes executa a sentença.
    Ela praticamente só se aplica a pobres, jovens/adolescentes. A ROTA diz que não tem medo de bandido, mas tem medo da classe média e de branco. Em uma conta simples, a ROTA matou 1456 negros/pobre/jovem para cada 1 branco/+25aa/>3SM.
    O estilo de policiamento ostensivo é profundamente ineficaz para a redução da criminalidade. Todos os indicadores de violência pioraram profundamente nestes 40 anos.
O que comemorar no aniversário da ROTA?