segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Violência do Desenvolvimento


Quando até o Banco Mundial diz que algo precisa mudar, é melhor se preocupar :-) O relatório de Desenvolvimento Mundial 2011, será lançado hoje e seu foco é na Violência e no seu impacto no Desenvolvimento.

A violência mudou. Não se encaixa no molde do século XX. A guerra entre países e a guerra civil são ainda ameaças em algumas regiões, mas têm diminuído nos últimos 25 anos. As mortes decorrentes da guerra civil, ainda inaceitáveis, representam um quarto do que foram na década de 1980. Porém, a violência e os conflitos não foram banidos. Uma em cada quatro pessoas no planeta (mais de 1,5 bilhão) vive fortemente impactado pela violência.

“Este Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial pergunta o que impulsiona os riscos de violência, por que a prevenção de conflitos e a recuperação demonstraram ser tão difíceis de abordar, e o que pode ser feito pelos líderes nacionais e parceiros de desenvolvimento, de segurança e diplomáticos para ajudar a restabelecer um caminho de desenvolvimento estável nas áreas mais frágeis e devastadas pela violência. A mensagem central do Relatório é a de que o fortalecimento da governança e instituições legítimas para fornecer segurança cidadã, justiça e empregos é crucial para quebrar os ciclos de violência. O restabelecimento da confiança e a transformação das instituições de segurança, justiça e economia são possíveis dentro de uma geração, mesmo em países que sofreram graves conflitos. Mas isso requer uma liderança nacional determinada e um sistema internacional “readaptado” para tratar dos riscos do século XXI: novo enfoque da assistência na prevenção de violência política e criminal, reforma dos procedimentos de órgãos internacionais, resposta a um nível regional, e renovação dos esforços cooperativos entre os países de baixa, média e alta rendas. O Relatório prevê uma abordagem estratificada para a ação global eficaz, com funções locais, nacionais, regionais e internacionais.”

O relatório trata de aspectos conhecidamente relacionados com a violência: como governança, participação e igualdade. Praticamente ignora os componentes estruturais do modelo econômico global na violência, como se a paz de algumas regiões não se beneficiasse ou quase dependesse do conflito em outras. O relatório trata da violência como uma desfuncionalidade. Não considera a hipótese (altamente provável) de que a violência seja um efeito colateral de um modelo de desenvolvimento.

Em outras e chulas palavras, o Banco Mundial tira o dele da reta  :-)

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