quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Que os Gringos Pensam de Nós


O IPEA divulgou a segunda medição do Monitor da Percepção Internacional do Brasil. De caráter eminentemente conjuntural, a pesquisa, qualitativa, busca sintetizar em três indicadores temáticos, cuja escala varia entre -100 (muito pessimista/desfavorável) e +100 (muito otimista/favorável), a avaliação de agentes internacionais – representações de governo (embaixadas e consulados), câmaras de comércio, organizações multilaterais, e empresas com controle estrangeiro – sobre aspectos econômicos, sociais e político-institucionais do Brasil. Fazem parte da amostra desta investigação 170 entidades.

Os resultados indicam uma avaliação moderadamente otimista ou favorável sobre o Brasil, uma vez que todos os indicadores temáticos apresentaram valores positivos.
 
Em relação à edição-piloto da pesquisa realizada em janeiro de 2010, verificou-se substancial elevação no indicador: de +36 para +59.

O contraponto negativo em relação à pesquisa anterior foi a piora nas expectativas inflacionárias. O índice relativo à inflação caiu de +71 para +21, o que aponta para o afastamento de uma posição muito otimista (inflação em cima da meta) para uma posição neutra (inflação pouco acima da meta, próxima a 5,5%). Os indicadores relativos às condições gerais de crédito e ao acesso da população a bens de consumo também apresentaram recuo em relação a janeiro.

Na área político-institucional, a pesquisa captou a percepção de um aumento da influência do Brasil na América Latina, assim como em instituições multilaterais. Todavia, em relação à pesquisa realizada em janeiro, observou-se recuo nestes indicadores, conforme pode-se depreender da tabela no verso desta página. Cabe salientar ainda que a pesquisa anterior foi realizada pouco após a conquista, pelo Brasil, do direito de sediar as Olimpíadas de 2016.

A condução da política econômica nos últimos 12 meses foi bem avaliada: o indicador apresentou até mesmo elevação sobre a pesquisa anterior (+59 contra +50). Para 44% dos respondentes, a condução da política econômica foi ligeiramente favorável ao crescimento econômico com estabilidade, enquanto para 38%, foi muito favorável.

Na temática social, a percepção dos agentes internacionais indicou uma tendência de redução moderada da pobreza e da desigualdade de renda. O aspecto negativo situou-se na percepção de aumento do nível de violência no país. Embora a resposta mais comum a esta questão tenha sido a de que não ocorreu variação no nível de violência (47% das respostas), para 41% dos respondentes houve um incremento moderado e, para 12%, a violência aumentou muito nos últimos 12 meses.